segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Excelsior!



Uma parte querida e amada da Marvel morreu hoje. E me veio uma lembrança dos anos 90. Como sabem comecei a ler quadrinhos com a Crise nas Infinitas Terras da DC mas também li muita coisa da Marvel. Sempre achava legal as Splash Pages com os créditos bolados por Stan Lee. Toda HQ da Marvel que eu lia tinha lá o nome do Stan Lee como criador dos heróis Marvel junto com o nome de outras lendas. Eu sempre ouvi falar mas nunca tinha vista uma foto de quem era o cara (internet ainda era coisa de filme de ficção pra mim). Até que eu vi ele no filme "Barrados no Shopping" do Kevin Smith (e anos depois descobri que o Kevin Smith era o Silent Bob). Lá ele fazia uma participação especial como ele mesmo (vieram muitas depois desta) e foi aí que eu associei o nome à pessoa. Minha reação de encantamento e admiração não foi muito diferente do personagem do filme pois foi a primeira vez que eu vi quem era Stan Lee. E ele tava lá falando de coisas da vida como amores que não deram certo e o peso de suas escolhas. Cada vez que eu o via em um filme em que ele aparecia ou lia uma HQ que eu não tinha lido era como rever aquele cara de novo pela primeira vez e ter a mesma reação. Daí vejo a notícia do seu falecimento e não deixo de me encantar e admirar com carinho tudo o que ele fez e toda a contribuição que deixou para quem faz quadrinhos.

Minha cara de quando vi pela primeira vez na vida quem era Stan Lee


Stan Lee teve uma grande influência em minha vida principalmente por causa dos X-Men (minha conclusão de curso foi sobre eles). Os mutantes são uma metáfora ao racismo e a discriminação e simbolizam o diferente. Os X-Men foram criados na década de 60, nos Estados Unidos, durante a rigidez das leis de segregação racial. Naquela década Stan Lee se posicionou contra o racismo, intolerância e manteve a sua posição até o seu falecimento. Uma antiga namorada me apresentou "Deus Ama, O Homem Mata" e foi impossível pra mim não amar X-Men e toda a genialidade por trás desta metáfora. Só isto já é o suficiente para Stan Lee e Jack Kirby serem chamados de lendas.

 Maldito Thanos!

Mas Stan Lee fez muita coisa além dos X-Men como criar o Marvel Way de fazer quadrinhos, escrever as melhores histórias do Homem-Aranha e do Surfista Prateado, além de criar um universo inteiro de personagens bem humanos com quem podemos nos identificar que já fazem parte da cultura POP e influencia até hoje artistas e leitores de quadrinhos (e quem não lê também através dos filmes e séries da Marvel). Stan Lee foi o maior garoto propaganda da Marvel (se procurar no dicionário a palavra Marvel vai ter uma foto dele do lado) e vai deixar saudades. Para que conheçam um pouco melhor, recomendo que escutem o crossover especial organizado pelo Arghcast dos 90 Anos de Stan Lee. Em tempos em que o facismo está em alta, com "fãs" da Marvel agredindo as pessoas, gosto de lembrar desta fala do Stan Lee: "Somos todos parte de uma grande família: a família humana" Excelsior!

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