terça-feira, 17 de novembro de 2009

Sociedade Teatral de Atores Infames- Mathieu Duvignaud: A l'ombre des oubliés (A Sombra dos Esquecidos)


Em Abril de 2005 a Sociedade Teatral de Atores Infames realizou uma apresentação poética baseada nas obras do artista francês , radicado no Brasil em Natal-RN desde 2001, Mathieu Jean François Sebastien Duvignaud. A apresentação ocorreu durante o lançamento da exposição "A Sombra dos Esquecidos" na Aliança Francesa.


Mathieu Duvignaud
A l'ombre des oubliés
A Sombra dos Esquecidos

Fotografias e Poesias

A Aliança Francesa tem o prazer de convidá-lo ao
Atelier DORIAN GRAY
no dia 28 de Abril de 2005 às 19h00
Para o lançamento da exposição com a presença do Artista.
AV. Nascimento de Castro, 1900-A
(perto do Bob´s da Av. Salgado Filho)
Lagoa Nova-Natal/RN
Fone: 206-6380
Com o apoio cultural de: OffSet Grafica, Aliança Francesa e Gray Design.


J'ai marié des sirènes sur des mers de feu,
Bercé des vagues comme une écume légère, et langui le temps
d' attendre mes ailes.
Je suis l'albatros des océans du vide, un vulgaire oiseau perdu sur de
longues terres.
Je suis cette pluie qui bouleverse vos yeux terribles,
Je suis le <<>> qui tombe avec la nuit,
Je suis cette musique qui bourdonne les ouïes de l'infini.
Mais de toutes mes plumes, je voudrais être une autre sérénade. Je,
voutrais être nous.
Être le temps dans un silence d'un autre monde,
Être un oiseau oublié et ne plus parler.
Des voyages insensés ont pourtant eu raison de ma fatigue,
Et j'ai vu de nombreuses historires se terminer des ruisseaux.
Alors j'ai lu de toutes mes forces des contes invisibles que seuls les
perdus lisent.
Les mots dansants avec de merveilleux airs de libertés, je tenais là
mes plus belles paroles, qui,
Une fois éternelles devenaient la bible des oubliés.
Cette histoire raconte celle des gens du rien, ceux qui ne croient
qu'aux vents.
Les impardonnables voyageurs libres sur tous les chemins.

L'ALBATROS


Eu me casei com sereias sobre mares de fogo,
acalentei as ondas como uma espuma leve, e definhu
o tempo de esperar minhas asas.
Eu sou o albatroz de oceanos vazios, um pássaro vulgar
perdido sobre terras vastas.
Eu sou aquela chuva que atormenta seus olhos terriveis,
Eu sou o eu que cai com a noite,
Eu sou aquela música que murmura os ouvidos do infinito.

Mas de todas as minhas plumas, eu gostaria de outra serenata.
Eu, gostaria de ser nós.
Ser o tempo em silêncio de um outro mundo,
Ser um pássaro esquecido e não mais falar.
Viagens insanas tem sido entretanto razão de minha fadiga,
Eu vi numerosas histórias terminarem nos riachos.
Então, eu leio com todas as minhas forças contos invisíveis que
Somente os perdidos lêem.
As palavras dançantes com maravilhosos ares de liberdade, eu teria
á os meus mais belos letras, que uma vez eternos irão tornar-se a
bíblia dos esquecidos
Essas histórias descrevem gente alguma, aqueles se crêem ao vento.
Os imperdoáveis viajantes livres sobre todos os caminhos

ALBATROZ


Trouble,
la ravageuse silhouette du
désir carapate ses taureaux
Et sauvageonne de plaisir
dans les steppes arides de
la ville.

VILLE DE NUIT


Tormenta,
a devastadora silhueta do
desejo afugenta seus touros
e enlouquece de prazer
nas estepes áridas
da cidade.

VILA NOTURNA


J' écris pour dieu.
Celui qui m' écrase, m' encense et m' explose.
J'écris pour lui, pour cette force,
Pour ce long calme bleu déchiré seulement d"idés filantes.
J" écris pour pour ce désert invulnérable,
Cette terre sans fin, crevassée de regards brillants.
Je vis pour ce feu qui brûle les mille forêts de l'aube.
Mon aube, où chaque matin je prie
Ce dieu qui n'existe pas.

L'AUTRE


Eu escrevo para deus.
aquele que me esmaga, me incensa e me explode.
Eu escrevo para ele, para esta força,
para esta longa calma azul somente dilacerada por idéias fugidas.
Eu escrevo para este deserto invulnerável,
esta terra sem fim, atravessada de olhares brilhantes.
Eu vivo para esse fogo que queima os mil bosques do alvor.
Minha alvorada, do qual cada manhã eu rezo.
Este deus que não existe.

O OUTRO


Je sais qu'un jour les ombres
Vont se réveiller et devenir serpents.
Ils couleront sur mes yeux et
Déposeront leur funeste rouille
Sur me peurs.
Je serai là pour éclore et devenir Soleil,
Celui qui fait l'amour à la lune
Et qui attent les étoiles.

ESPOIR REPTILE


Eu sei que um dia as sombras
irão se despertar e se tornarão serpentes.
Elas escorrerão pelos meus olhos e
depositarão sua funesta ferrugem
sobre meus medos.
Eu estarei aqui para desabrochar e me tornar Sol,
aquele que faz amor na lua
e que aspira as estrelas

ESPERANÇA RÉPTIL


Durante o processo para a apresentação das poesias conversamos com Mathieu Duvignaud e enquanto conversávamos vimos o quanto as poesias eram bem pessoais. Elas eram algo bem introvertido vindo do universo pessoal de Mathieu e ele ficava um pouco encabulado em falar à respeito. Procuramos trabalhar cada poesia com cuidado procurando passar o sentido de cada palavra e interagir com os visitantes de forma intimista.Tomamos cuidado também na abordagem dos visitantes, por isso ensaiamos diversas vezes e discutimos como trabalharíamos cada poesia. Brincamos bastante com as possibilidades em passar o texto para o público e com o sentido das palavras. Uma das melhores brincadeiras foi a ciranda em que a Potyra recitava a poesia em francês e outro membro do grupo recitava em português girando ao redor do visitante. Esta agradável surpresa surgiu pouco tempo depois do Infame Velório de Moliére e, durante a apresentação, o grupo ficou bem reduzido, porque algums membros saíram e outros não estavam interessados em poesia.Tivemos um espaço de tempo curto para se preparar mas nos dedicamos durante este tempo ao máximo para fazer uma boa apresentação. Foi ótimo conhecer e conversar pessoalmente, com o simpático e grande artista Mathieu durante os ensaios e no dia da exposição. Foi uma experiência agradável ter feito um trabalho com suas belas poesias e conhecer seus outros trabalhos artísticos. Mathieu tem um ótimo olhar para fotografar lugares de nosso cotidiano que não costumamos dar muita atenção. Levei um tempo para reconhecer algums lugares à primeira vista mas, depois reconheci os espaços urbanos fotografados em Natal. É muito bom ver como este artista que reside em Natal está evoluindo e experimentando novas possibilidades de aplicar este olhar único no teatro e no cinema. Admiro muito o trabalho deste cara e me sinto orgulhoso de em algum momento de minha vida ter feito um trabalho artístico juntamente com ele (ainda mais ao lado das pessoas maravilhosas da Sociedade Teatral de Atores Infames).


Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...