quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
O Justiceiro
Depois de falar sobre Justiceiro: Zona de Guerra e o filme O Justiceiro encerro com esta postagem meus comentários sobre as adaptações de filmes com o personagem, falando do filme intermediário entre estas duas adaptações. Esta é a segunda tentativa da Marvel em adaptar o Justiceiro para os cinemas neste filme teuto-americano. Nesta versão para o cinema, Frank Castle (interpretado por Thomas Jane, que visualmente lembra o personagem mas na atuação nem tanto) trabalha para o FBI, diferente da primeira versão em que ele era um policial e da última em que ele age como um militar treinado para guerra. A origem aqui é modificada mostrando uma chacina maior da família Castle realizada pela família Saint em resposta a morte do filho do chefão da máfia Howard Saint (interpretado por John Travolta). O diferencial em relação aos outros dois filmes é que a morte da família de Castle é mostrada de forma contínua na narrativa na história sem o uso de flashbacks. Presenciamos o tiroteio matando parentes e amigos na casa dos Castle e vemos a esposa e filho de Castle lutando por suas vidas até o momento em que eles atropelados pela família mafiosa.
O filme é claramente inspirado nas primeiras histórias do personagem escritas por Garth Ennis (que teve a missão de concertar a bizarrice do Justiceiro anjo que escreveram antes dele), e personagens desta fase como a Joan (interpretada pela bela, mística e fodona Rebecca Romijn-Stamos), Spacker, Bumpo e o Russo estão presentes neste filme e bem caracterizados. O Justiceiro está descaracterizado neste filme, alegre demais mesmo para quem acaba de perder a família. Thomas Jane mostrou bem o lado humano e sentimental do personagem, mas o lado frio, cruel e impiedoso se perdeu durante o filme. O clima ensolarado embalado com ritmo latino não combina muito também com o personagem. A idéia da camisa como laço afetivo com o filho é bacana, mas ficou forçado o modo que ele encontra a camisa depois da família dele morrer (aliás o modo como ele voltou pra casa depois de sobreviver a uma explosão também ficou forçado) mas não tão forçado como El Maldito Mariachi que aparece cantando no filme.
Este é um Justiceiro mais light! Mas nem por isso ele deixa de ser vingativo e a vingança contra a família Saint é bem planejada e criativa. O filme é recheado com o humor negro e cenas criativamente insanas como o aparecimento do Russo e a vingança final. O Justiceiro neste filme chega mais próximo da versão dos quadrinhos (as histórias iniciais de Garth Ennis para ser mais preciso) mas continua sendo mais um ótimo filme de ação do que uma ótima adaptação do personagem para os cinemas. A história ficou com clima de final feliz, mas sem a lição de moral do primeiro filme e os vilões mesmo sendo caricatos ficaram mais interessantes e menos forçados que o da mais recente adaptação. Comparando com as duas outras adaptações, considero este filme da forma como ele está: Intermediário.
O Justiceiro
Ano: 2004
Diretor: Jonathan Hensleigh
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